A certeza traz-se na lua cheia…
Nos momentos prazeirosos entre o uivo e o sono, onde a noite se encavalita em oníricos sagitarios que de volta te enviam ao momento de criação em que o ser e experienciar se elevam para lá dos caminhos da razão.
Entre Martes e Mercúrios e Saturnos que soturnos se retrogradam para impedir o viver, existe esse ponto de existir, que atravessa o corpo e mente e se instala omnipresente num sonho lúcido e omnisciente onde corpo e mente se fundem para lá de sua própria cognição…
E dão lugar a algo mais que a razão…
Em sushupti nos encontramos e em Turiya mergulhamos para suprimir a ilusão e ser benção de um com a ilimitada vastidão.
Na lua cheia, o brilho espelhado do corpo-água que somos, enaltece os atributos do sol... que se comede para iluminar sem fulminar, e nos apresenta a forma de o acatar dentro da noite, quieto e resguardado, para lá dos olhares atentos das ninfas e faunos que habitam os bosques sombrios e místicos, que dentro e fora permanecem serenos, até que os anseios tomem conta e criem a fantasmagórica ilusão do acontecimento arrepiante que existe só na mente oscilante de um ser incoerente e resignante.
Não há na lua cheia nada mais que a certeza… A certeza que a noite é detentora de luz, em forma de potência adormecida. E que os olhos aguçados de uma mente em Brahma emergida serão concerteza guiados com a leveza de um raio de luz dirigida.
Entre o uivo e o sono, a mente mergulha e se encontra na paz restabelecedora de ser…
A lua, traz a clareza de um espirito que guia na sombra e aquieta na noite, e nos priva da luz a cada ciclo de fluxo, para nos fazer saber que a escuridão, nos traz a certeza de sermos ao mesmo tempo invisíveis e omnipresentes, insensíveis, e sencientes…
Luzia Peixoto
27.08.2018
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