Sentes a força da cor na tua mão apagada
e pensas que o som sentiu o mesmo que tu.
Tiveste sorte, porque o sol te escolheu e
te ilibou das nossas culpas.
Sentes-te só?
E como se sente a gota de orvalho que se formou no deserto?
Ser não é só ser só porque o és
Ter não é só ter só porque o tens
Ser é ter aquilo que és
Ter é ser aquilo que tens
Fosse aquilo que sentiste quando o som passou por ti
que te fizesse chegar esta noite azul a casa
com os olhos molhados, disfarçados pela chuva
do dia cinzento que passaste
E ao abrires a porta a imensidão do vazio
apodera-se das entranhas do teu ser
e revolta-te os pensamentos a preto e branco
que construíste.
Sentes-te só?
E como se sente a lua quando as estrelas não aparecem?
.2003
Sem comentários:
Enviar um comentário