escrever é o meu teatro mudo

escrever é o meu teatro mudo
escrever é o meu teatro mudo | 24.08.2002

sábado, 23 de abril de 2016


 Só em Ti











Estou só
Nua, crua
Tentando ser minha e sentindo me tua
E em cada emoção que flutua
Visto o meu fato de princesa menina
Perdida em si
Segura
Na incerteza de um momento
Que é certo por dentro
Na certeza de um encontro
Que foge do meu centro
e que eu,
Idilicamente alimento
Quero ser eu sem medo de ser
Nua
Crua
Quero ter-te para lá do que eu sou
Crescente em mim
Presente em mim
Sentindo me em ti enquanto eu
Procuro-te
Espero-te
Na certeza que já és certeza em mim
E nosso encontro ja foi,
Ainda que não presente
E, de repente,
No meu abraço de longo espaço
Em que o tempo se perde
Na transferência subtil
Da energia que emanas...
E emano
E se atrai
E se encaixa
Revejo-me
E vejo-te aqui
À minha frente
Despido,
Entregue,
Em ti
A procura idilicamente
Vertiginosa precipita-se no agora...
Sou eu? Serei já Eu?
Nua? Crua? Só?
A incerteza do momento que é certo por dentro,
Tornou-se certa por fora...
E agora?...
Estarei em mim preparada
Para estar em ti?
E o alimento que trazes
Arde meu fogo que fazes
E sinto-te dentro,
Por dentro e por fora
E sinto-me AGORA
SÓ, Nua, Crua, em TI.


Luz Peixoto
Maio 2012