escrever é o meu teatro mudo

escrever é o meu teatro mudo
escrever é o meu teatro mudo | 24.08.2002

terça-feira, 30 de agosto de 2011



escrevo poesia quando tento desvendar as emoções escondidas nos véus do pensamento, que a prosa percepciona mas não comunica, que as frases soltas aparentam, mas não fazem sentir...

30.08.2011

Medo

Estou entalada!

a espada, a parede..
o trapézio, sem rede...

Confusas, mentes indecentes,
descontentes...
Querendo o não querer
Não sentindo o sentir.
Olhando na tenebrosa escuridão
sem ver sequer uma ilusão.
Expectante... adormeço,
nos sentidos que a vida
deu a si mesma.
O medo, interessa,
para a dose certa de tudo.
...para a dose séria...

Sinto um nó!
na parte de dentro de mim,
que exterioriza
em poucos sonidos
a verdade adjacente à loucura...
E essa, constantemente
se apresenta constante
e faz-me cair vezes sem conta
no desígnio da incerteza.

Sinto um calafrio!
É mais uma vez
a morte anunciada do nada!
Que teima em bater à porta da razão
e, sem razão condiciona o próximo passo.
Perco tempo, perco o espaço.
Livre sem liberdade, surge o embaraço.
E sem notar, deixo fugir o teu abraço.

31.08.2001

quinta-feira, 25 de agosto de 2011


Outro início
cheguei ao fim. Cansei de esperar.
de estar sentada e chorar.
um apego grande e uma teimosia absurda
obrigava-me a continuar
mas o vento, trouxe-me uma lufada de ar!
não a quis olhar! ou aceitar!
mas chegou... e veio para ficar.
tentei negar...
mas chegou... e veio para ficar...
senti me dual, que nada seria igual...
era só um encontro casual!
mas chegou forte... e instalou se como tal...
a dor, que ja era normal,
transformou se no embaraço
de não aceitar novo regaço.
no medo, de desvendar novo enredo.
e a confusão pontual fez encontrar como tal,
a solução para a dor, que é vista noutro amor.
sinto temor! tenho calor, rubor, ardor!
sinto receio! de partir o coração outra vez a meio!
fecho-me em copas e abro me em espadas
tento fugir de novos contos de fadas...
são armadilhas preparadas...

ainda vacilo, por aquilo?...
conseguirei enfrentar ou vacilarei sem volta a dar?
medo de falhar... medo de amar...
novamente, outra gente! diferente, presente...
não consigo evitar! encontros acontecem sem cessar!
não há vontade de parar!
parece não haver volta a dar...
o medo assombra, a dor atenua
a paixão desabrocha... semi nua...
nao pode haver dor!... novamente...
e o temor torna se imponente.
mas o coração é persistente
e certo de si frequentemente,
mina o espaço intersilábico
de ligação com a mente...
e, de repente...
quem estava ausente
cresce perene e persistente
e cai o outro doente!
morto!
sem sobrevivente..
o coração impulsiona-se
alimenta-se, apaixona-se
a cabeça não pára de pensar,
está prestes a aceitar,
não há volta a dar....
não se pode menosprezar
a sensação prazeirosa
com sabor e cheiro a rosa
deste amor de novo vício...
e de repente...
cheguei ao fim,
e estou no início!

26.08.2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Gare nocturna


Danço na noite
Trabalhando apenas
O ventre que alimenta
dois seres
e que ilumina o sentido de ser
Tenho a visualização de um beijo
Bem presente no que eu desejo
Que culmina no sentido
irreal e ilusório
Do tempo semeado
para que não haja colheita.
Doce maleita...
A fuga Perfeita...
Para a união do ser
Que fazer??
Tudo é vago numa ilusão.
O real, é pecado original
acontecendo
intemporal
Onde o tédio se desmorona
e a verdade constante
torna tudo interessante.

Sendo TU,
Que mais há a ser??

30.07.2011
TU!

És Deus! – Tens poder infinito (sobre mim)
Um sorriso desconcertante..

És Ouro! – Tens prata no olhar
e coração de diamante

És desejo! – sobre a forma de meu corpo
sinto nele, encontro-me

És homem! – que me guia, me deseja
me acarinha e me encontra

És verdade! – dentro de mim!
do coração,
da palma da mão...
da cabeça controlada
e da alma emancipada
que vive dentro de mim...
És assim...


30.07.2011