escrever é o meu teatro mudo

escrever é o meu teatro mudo
escrever é o meu teatro mudo | 24.08.2002

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

rebentação

Ontem acendi o peso do ouro
que teimava em escurecer
sempre que um bafo de Oxigénio
se lembrava de instalar.

Tentativas vãs de ignorar a tempestade,
fizeram com que ondas de prazer
se transformassem, num eclipse,
em marés de solidão.

Havia o Sol
e a Lua
ambos presentes
no mesmo enquadramento de céu.
E nele ainda, o mar e a areia
e os passadiços de madeira
que nos levam e nos trazem
e nos devolvem uma e outra vez
ao pensamento ilusório do real.

O cheiro a maresia
encontra nas glândulas olfactivas
o sabor salgado viciante
dos encontros persistentes, intermitentes
incoerentes e contundentes
da força de atração dos elementos:
Água e Terra - mar e Areia
emaranham-se e libertam-se
momento após momento
na perfeita indecisão do agora
Avançando e recuando
soltando e recolhendo
na presença efémera da forma
que é e muda, e é e muda
e é e muda, a cada encontro.
Revejo na fusão acidentada destes dois,
a complexidade da vida;
a inconstância constante da forma disforme
que, em constante mutação
acaba por encontrar o seu lugar
na dissolução de si própria.
Avançando e recuando, redigindo e corrigindo
frase após frase, parágrafo após parágrafo
capítulo após capítulo...
Escrevem se volumes de indecisões,
fecham-se livros com lacre e outros são deixados em aberto.
A caneta imaginária que os escreve não perde a tinta!
Perde o rumo algumas vezes...
e sarrabisca
e escreve linhas tortas, e perfeitas
e funde se na matéria papel que a agarra... por vezes...
outras vezes, as palavras-acções optam por não aderir,
não deixam rasto...
mas deixam o espaço em vazio.
A vida vive-se na rebentação da caneta
e a espuma que liberta é o fogo de artifício, as faíscas,
que não queimam! mas enchem cada pedaço de areia
com matéria impermeável à vista
mas infiltrável ao toque.
Por isso, o ouro se deixa oxidar....
E a vida... se deixa... (renascer?)

13.10.2011

LAMY

LAMY! L’amie!!
...O Amigo!
Que reside no centro do meu umbigo! Dentro do meu coração!
Desencontros e encontros que nos levam à meditação!
Temos a vida inteira! Aquela que não se esgueira!
Que não envelhece! permanece!
Para lá do tempo e do espaço conto sempre com o teu abraço!
Cavalgando nas estrelas fazendo sóis de todas elas!
Somos nós unidos! - de mãos dadas!
por caminhos percorridos e estreias encontradas!
Vamos até ao fim do mundo com um sorriso profundo de amor e gratidão.
Onde estás também vou e onde vais já lá estou.
Somos um! Amigo incomum que encontrei nesta vida mas que já estava e estará!
O nosso abraço profundo nunca nos abandonará!
Tenho-te aqui comigo! E estou aí no teu regaço!
Abraço! E Outro abraço!
Nunca encontrarei em ti cansaço!
És estrela ascendente! E eu sou Um teu presente! Sorridente!
Resido contigo na mesma partícula de matéria.
Somos UM meu grande ENORME amigo!!! Fico contigo! Pra eternidade!!
Abraço abraço! E amor de verdade!! ****

20.10.2011