escrever é o meu teatro mudo

escrever é o meu teatro mudo
escrever é o meu teatro mudo | 24.08.2002

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Sofro em silêncio.
Cansada.
Uma palavra igual a nada
um gesto
igual a todo o resto.
Não presto!
Corpo-espelho
que espelha a alma
aconselha a calma!...
Violência!
De encontrar resistência
à obediência
e, na ausência,
encontro escondido,
irado, sentido,
de mim, em mim,
de mim, para mim.
E os outros?
Nada são!
Tudo é feito em vão!
Não reconheço o coração
Amor sem compreensão
Amor, sem tesão
Ardor, sem paixão
Rubor, sem emoção
Amar pela ocasião
Só porque se está bem!... Não?!
Um corpo despido,
usado, vendido
Uma alma perfeita
aberta, desfeita.
Semear sem colheita
Choras?
Cura perfeita!

22.12.2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Livre Arbítrio

Não é por amor carnal que me faço mulher. Não é por encontros, desencontros e ilusões que choro e rio e vacilo. Não é por sentir esta coisa gostosa que consome ou por acreditar piamente que mereço ser expontâneamente feliz. Sinto cada vez mais a presença em mim própria; a independência de estados alterados de consciência provenientes das endorfinas produzidas de cada vez que sinto o teu sorriso. Quero amar o amor que sinto, de forma livre e despreconceituada.
Não tenho lugar em mim para ter lugar para alguém... Cada um que ocupe o seu lugar e siga o seu caminho como duas trepadeiras que se entrelaçam entre si porque assim o querem.
Estou em vertiginoso crescimento rumo ao além. Sinto a minha força feminina em movimento ascendente. Ciente de mim e do amor que possuo, e que não quero entregar. Quero ir doando, há medida que sinto. Há medida que vejo conseguir dar escoamento ao excesso de stock. Sim, quero continuar a dar umas trincas e uns carinhos. Quero sentir que alguém retribui essa doçura. Mas livre de apego para não criar doença. Livre de ciúme para não gerar desequilíbrio. Gerar a auto suficiência, para poder dar o melhor de mim e não esperar nada em troca, genuinamente, sem que isso cause amargo de boca.
Quero encontrar-me e nesse encontro encontrar alguém que aceite o respeito mútuo. Que viva a sua vida sem medos e me deixe viver a vida sem limitar. Respeito e tolerância não podem ser só palavras de slogan. Dá para aplicar à vida!
Serei feliz sozinha, acompanhada de alguém que acredite e se relacione comigo no livre arbítrio....

14.11.2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

se-quen-cial-m-e-n-t-e... as emoções passam por mim à velocidade das carruagens do TGV...
10.11.2011

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Gratidão


Agradeço ao Universo os percalços,
os socalcos que tive que escalar,
os caminhos turtuosos que tive que seguir.

Da certeza que a vida acontece porque sim
tive o alento para ver crescer em mim
a verdade daquilo que acredito,
e sinto,
como real

No presente,
as lagrimas que antes eram cinzentas
hoje guardam em si arco-íris coloridos;
e caem pelo meu rosto
enquanto a felicidade sobe
e invade o meu corpo
deixando em mim
a sensação de
divinamente,
no fluxo contínuo de acontecimentos cósmicos,
a razão irracional das coisas
levar à mudança inteligente
do fluxo contínuo,
não menos importante
mas, menos abrangente,
que é a nossa vida.

A gratidão invade-me, toma conta...
A felicidade invade-me, toma conta...
A sensação cresce
Está profunda, bem lá dentro
e profundamente à flor da pele!
Os meus poros regojizam-se
o meu sorriso enaltece-se
O meu corpo RES PI-RAA

aaaahhhh

... A LIBERDADE...
- Essa pérola preciosa guardada
nas profundezas
e inalcançada, por opção,
pelos mais incríveis
seres,
...humanos -
invade-me
e toma conta!

Sou grata!

Sou um espelho!
da magia presente
no fluxo corrente
da matéria etérea
que nos dá forma

Sou grata!
A ti Universo
por unires o teu verso
na fluidez da minha vida!
E essa gratidão permanecerá
constante,
num tempo inexistente
que se prolonga pelo infinito
e que me guiará pelas estrelas
nas mais diversas facetas
que a minha matéria divina encontrar
para estar e co-criar

Luzia Peixoto
29.06.2011

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

TU!

Ás vezes... quando penso em ti, imagino um sofá quente, confortável e branco, onde me posso deitar e passar momentos bem aconchegantes e divertidos da minha vida.
Podia ser vermelho da cor da paixão, amarelo da cor do desespero ou verde da cor da esperança... mas é branco! luz! e nele comporta todas as cores do espectro visível na proporção exata!
Sento me nele e as viagens são infindáveis! e a paz acaba por tomar sempre conta de mim!

Das-me colo de vez em quando? não quero estar aí sempre sentada porque esse sofá é também um cavalo alado que de vez em quando precisa voar e visitar todas as estrelas... mas volta e meia... gostava também de voar nas tuas asas e conhecer o teu mundo...

gosto de ti como és! *

23.09.2011

sábado, 5 de novembro de 2011

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

rebentação

Ontem acendi o peso do ouro
que teimava em escurecer
sempre que um bafo de Oxigénio
se lembrava de instalar.

Tentativas vãs de ignorar a tempestade,
fizeram com que ondas de prazer
se transformassem, num eclipse,
em marés de solidão.

Havia o Sol
e a Lua
ambos presentes
no mesmo enquadramento de céu.
E nele ainda, o mar e a areia
e os passadiços de madeira
que nos levam e nos trazem
e nos devolvem uma e outra vez
ao pensamento ilusório do real.

O cheiro a maresia
encontra nas glândulas olfactivas
o sabor salgado viciante
dos encontros persistentes, intermitentes
incoerentes e contundentes
da força de atração dos elementos:
Água e Terra - mar e Areia
emaranham-se e libertam-se
momento após momento
na perfeita indecisão do agora
Avançando e recuando
soltando e recolhendo
na presença efémera da forma
que é e muda, e é e muda
e é e muda, a cada encontro.
Revejo na fusão acidentada destes dois,
a complexidade da vida;
a inconstância constante da forma disforme
que, em constante mutação
acaba por encontrar o seu lugar
na dissolução de si própria.
Avançando e recuando, redigindo e corrigindo
frase após frase, parágrafo após parágrafo
capítulo após capítulo...
Escrevem se volumes de indecisões,
fecham-se livros com lacre e outros são deixados em aberto.
A caneta imaginária que os escreve não perde a tinta!
Perde o rumo algumas vezes...
e sarrabisca
e escreve linhas tortas, e perfeitas
e funde se na matéria papel que a agarra... por vezes...
outras vezes, as palavras-acções optam por não aderir,
não deixam rasto...
mas deixam o espaço em vazio.
A vida vive-se na rebentação da caneta
e a espuma que liberta é o fogo de artifício, as faíscas,
que não queimam! mas enchem cada pedaço de areia
com matéria impermeável à vista
mas infiltrável ao toque.
Por isso, o ouro se deixa oxidar....
E a vida... se deixa... (renascer?)

13.10.2011

LAMY

LAMY! L’amie!!
...O Amigo!
Que reside no centro do meu umbigo! Dentro do meu coração!
Desencontros e encontros que nos levam à meditação!
Temos a vida inteira! Aquela que não se esgueira!
Que não envelhece! permanece!
Para lá do tempo e do espaço conto sempre com o teu abraço!
Cavalgando nas estrelas fazendo sóis de todas elas!
Somos nós unidos! - de mãos dadas!
por caminhos percorridos e estreias encontradas!
Vamos até ao fim do mundo com um sorriso profundo de amor e gratidão.
Onde estás também vou e onde vais já lá estou.
Somos um! Amigo incomum que encontrei nesta vida mas que já estava e estará!
O nosso abraço profundo nunca nos abandonará!
Tenho-te aqui comigo! E estou aí no teu regaço!
Abraço! E Outro abraço!
Nunca encontrarei em ti cansaço!
És estrela ascendente! E eu sou Um teu presente! Sorridente!
Resido contigo na mesma partícula de matéria.
Somos UM meu grande ENORME amigo!!! Fico contigo! Pra eternidade!!
Abraço abraço! E amor de verdade!! ****

20.10.2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mergulho nos teus olhos espelho dos meus e sorrio bem lá para dentro. Encontro lá uma lagoa rica e luminosa de tons terra e verde água, onde o meu coração se reconhece. És da minha natureza e lá me insiro como peixe dentro dela. Chapino nos raios da tua iris e deixo-me atrair pelo buraco negro dessa pupila sem fundo, que me suga num vórtice desenfreado de energia e me faz sentir um turbilhão de coisas que se manifestam no absoluto. Ao ver-te, revejo-me. Ao mergulhar o meu sorriso dentro de ti encontro nas profundezas o teu sorriso - Quente e disfarçado., típico do pirata que veleja nesses olhos...
Encontro-te; e plena de traquinices dispo-te os trajes piratas.... espada, lenço, pala... agora vês já com os dois olhos e por baixo desse Tu existe um outro mais profundo, mais reservado, que se mostra a mim com uma clareza que não quer ter enquanto tenta vestir novamente a sua bandeira de saqueador de corações.
É escusado. Em mim, essa lagoa é transparente... e dá-me tempo para sentir nela o rei que me faz sentir rainha. E o principe, que com o seu cavalo faz de mim princesa no seu castelo andante.
É simples amar-te! Porque és real! Não há mentira! E, consequência disso - falha a ilusão! Tudo é universo em acção.
És tu e eu, mergulhados um no outro, pelo portal mágico do olhar!

23.09.2011

domingo, 11 de setembro de 2011




12.11.2011

Às vezes, quando anoitece, as sombras escuras afagam-me os cabelos. Sinto o carinho dos seus gestos como se a sua mão fosse permanentemente minha e eu pudesse sem medo encontrar-me no seu corpo. A solidão do desencontro encontra fuga nos gemidos da noite, na verdade oculta em mim... Prazeirosamente passeio, pavoneada, crescente. Encontro balanço na atracção-repulsão das partículas moleculares da socialização. Um sorriso- engana o mundo nas suas mil formas! Tranquilamente, vagueando, elogia o corpo com a direcção do vale-tudo: à noite, tudo é possível, se o objectivo é ser contente. Alucinadamente, ingerindo a química perfeita no momento para a matéria cerebral, ocorre a mudança. Somos já filmes diferentes que se reunem e unem para celebrar; ao contrario dos desunidos filmes diurnos onde vale-tudo para ser gente.

A solidão e as sombras afagam me os cabelos. A repulsão atrai-me o silêncio. E, silenciada, inícío a fala que sabe a inferno e cheira a paraíso.

Encontrar-me-ei na solidão... e isso é tudo o que basta!

11.11.2011

sábado, 10 de setembro de 2011


Tento ver a vida da melhor maneira... sem óculos de sol pra nao receber a informação filtrada.... gosto de levar com a luz real e depois usufruir das sombras e dos jogos de cor sem medo da cegueira de enfrentar directamente a ofuscação... ofuscando-me, perco o tino, mas deplecção da visão faz exacerbar os outros sentidos. Após a zonzeira inicial, percebemos que outras ferramentas são possíveis e uma mão a servir de pala permite visualizar que em todo esse brilho do real, podemos ainda diferenciar as cores predilectas do arco-iris. Sendo assim, fica a dança. O movimento melódico dos corpos que se abraçam e dos ventos que se cruzam. As poeiras cósmicas dos átomos que são meus e teus, num bailado de entrega onde nos damos a conhecer e sentimos a viagem da ausência insensata de pensamentos lúcidos. Vive-se assim. despreocupadamente na verdade intensa. Fazendo doer e crescer, sentir e querer cair ainda de mais alto! e mesmo sabendo as consequências da queda, o voo sabe tão bem!! E por isso, continuo a voar, na direcção da cegueira. E sei que vejo, para além disso....

10.09.2011


sábado, 3 de setembro de 2011

manhã portuense

era noite

e nos escombros do dia
a cidade vivia
isolada.
Sentada
na ausencia dos sentidos
povoada por ecos dos sons repetidos.
Estridentes e ausentes
flamejantes, contundentes,
buzinando no maralhal de gente
encontrada assim de repente
sem rumo aparente,
mas ordeiramente
seguindo a mecânica
já estipulada
do agir inconsequente.

. sigo para casa
no fluxo impessoal e intransmissível
de emoções presentes.
levo comigo toda a cidade;
segue a meu lado, sem saber
está maquinalmente encostada a mim
segue no metro, no passeio
nas quelhas e vielas
por onde passo, com meu cansaço
nos passos ritmados
de todos os viventes
que, sobre vivência
apenas se identificam
como sobreviventes....

Ritmicamente, entra-se e sai-se
dos carros, dos transportes,
das lojas,
da porta da porta da porta que abre a porta
e que se fecha no nosso pequeno mundo
invísível à cidade
e visível a nós próprios.
Descalços em casa sentimos.
Na planta dos pés,
no cansaço das palpebras que teimam em fechar
um copo de vinho e um charrinho
fazem-nos relaxar...

é tarde mas a frenética das coisas
tira-nos a vontade de dormir...
apetece dançar, sair.
Mais um bafo de esquecimento
e estamos prontos para encarar a cidade
que sem dormir vive agora festiva.

Chove. Mas a inércia de há pouco
desapareceu por inteiro
e mesmo sem dinheiro
com espirito aventureiro
prioriza-se o relaxar.
Vamos dançar!

O dia acaba quando a noite começa.

As pessoas já se cruzam
conversam, encontram-se.
Nos mesmos sitios
onde passaram há pouco irreconhecídas
mudas, estremecidas.
Tudo mudou.
No mesmo sítio da mesma cidade,
com as mesmas pessoas que já são outras
pois estas foram a casa buscar a alma!

Loucura, aventura, perdição
fazem da noite férias de verão
para onde quer que vocês vão-
tropegos e cambaleantes
depois de mais mil bafos de esquecimento
está na hora do regresso.
A casa parece agora o melhor ingresso.

Amanhece... o cheiro a pão quente
ainda nos desvia do descanso.
saciados

vemos o chão molhado como um convite ao leito
a chave no bolso, o cansaço nos olhos
o sorriso embriagado nos lábios
. A manhã parece de luz.
Os prédios e as casas
e o reflexo da chuva dentro da lua.
Deparamo-nos com a estonteante beleza de uma cidade
que desperta, sem sequer ter adormecido.

Caímos redondos. Pés de fora, roupa fumada, na cama lavada
no pása nada!
Num milésimo infinitamente pequeno de costume
é já hora de acordar
Ponho me a andar
e a manhã que tinha acabadode chegar

começa novamente a pesar
sigo para a vida, sobrevivida.
Já não vou sorrir ou falar

porque é hora de trabalhar
e o ciclo repetese e repete-se e repete-se...

sem cessar....


2.09.2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011



escrevo poesia quando tento desvendar as emoções escondidas nos véus do pensamento, que a prosa percepciona mas não comunica, que as frases soltas aparentam, mas não fazem sentir...

30.08.2011

Medo

Estou entalada!

a espada, a parede..
o trapézio, sem rede...

Confusas, mentes indecentes,
descontentes...
Querendo o não querer
Não sentindo o sentir.
Olhando na tenebrosa escuridão
sem ver sequer uma ilusão.
Expectante... adormeço,
nos sentidos que a vida
deu a si mesma.
O medo, interessa,
para a dose certa de tudo.
...para a dose séria...

Sinto um nó!
na parte de dentro de mim,
que exterioriza
em poucos sonidos
a verdade adjacente à loucura...
E essa, constantemente
se apresenta constante
e faz-me cair vezes sem conta
no desígnio da incerteza.

Sinto um calafrio!
É mais uma vez
a morte anunciada do nada!
Que teima em bater à porta da razão
e, sem razão condiciona o próximo passo.
Perco tempo, perco o espaço.
Livre sem liberdade, surge o embaraço.
E sem notar, deixo fugir o teu abraço.

31.08.2001

quinta-feira, 25 de agosto de 2011


Outro início
cheguei ao fim. Cansei de esperar.
de estar sentada e chorar.
um apego grande e uma teimosia absurda
obrigava-me a continuar
mas o vento, trouxe-me uma lufada de ar!
não a quis olhar! ou aceitar!
mas chegou... e veio para ficar.
tentei negar...
mas chegou... e veio para ficar...
senti me dual, que nada seria igual...
era só um encontro casual!
mas chegou forte... e instalou se como tal...
a dor, que ja era normal,
transformou se no embaraço
de não aceitar novo regaço.
no medo, de desvendar novo enredo.
e a confusão pontual fez encontrar como tal,
a solução para a dor, que é vista noutro amor.
sinto temor! tenho calor, rubor, ardor!
sinto receio! de partir o coração outra vez a meio!
fecho-me em copas e abro me em espadas
tento fugir de novos contos de fadas...
são armadilhas preparadas...

ainda vacilo, por aquilo?...
conseguirei enfrentar ou vacilarei sem volta a dar?
medo de falhar... medo de amar...
novamente, outra gente! diferente, presente...
não consigo evitar! encontros acontecem sem cessar!
não há vontade de parar!
parece não haver volta a dar...
o medo assombra, a dor atenua
a paixão desabrocha... semi nua...
nao pode haver dor!... novamente...
e o temor torna se imponente.
mas o coração é persistente
e certo de si frequentemente,
mina o espaço intersilábico
de ligação com a mente...
e, de repente...
quem estava ausente
cresce perene e persistente
e cai o outro doente!
morto!
sem sobrevivente..
o coração impulsiona-se
alimenta-se, apaixona-se
a cabeça não pára de pensar,
está prestes a aceitar,
não há volta a dar....
não se pode menosprezar
a sensação prazeirosa
com sabor e cheiro a rosa
deste amor de novo vício...
e de repente...
cheguei ao fim,
e estou no início!

26.08.2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Gare nocturna


Danço na noite
Trabalhando apenas
O ventre que alimenta
dois seres
e que ilumina o sentido de ser
Tenho a visualização de um beijo
Bem presente no que eu desejo
Que culmina no sentido
irreal e ilusório
Do tempo semeado
para que não haja colheita.
Doce maleita...
A fuga Perfeita...
Para a união do ser
Que fazer??
Tudo é vago numa ilusão.
O real, é pecado original
acontecendo
intemporal
Onde o tédio se desmorona
e a verdade constante
torna tudo interessante.

Sendo TU,
Que mais há a ser??

30.07.2011
TU!

És Deus! – Tens poder infinito (sobre mim)
Um sorriso desconcertante..

És Ouro! – Tens prata no olhar
e coração de diamante

És desejo! – sobre a forma de meu corpo
sinto nele, encontro-me

És homem! – que me guia, me deseja
me acarinha e me encontra

És verdade! – dentro de mim!
do coração,
da palma da mão...
da cabeça controlada
e da alma emancipada
que vive dentro de mim...
És assim...


30.07.2011

sábado, 30 de julho de 2011

hoje o dia está de sol! e cheira a flores quentes de amor! quero passear neste aroma fresco aquecido, voar na brisa húmida marítima e sentir o meu coração pulsar com a felicidade divina de estar entre o prazer de um mergulho e o prazer de mergulhar em ti. simplesmente... porque o amor prevalece e enriquece o meu dia! :)


28.07.2011

quinta-feira, 21 de julho de 2011



















Será?

Procuro perceber
quantos pedaços de mim mesma
terei ainda que apanhar
no enredo das noites perdidas
que tento inutilmente esquecer
e que permanecem em mim como os sinais
que possuis e vais deixando aqui e ali

trazes em ti a crueza das palavras
o olhar distante
mas um coração magnetizado
que teima em pulsar...

NÃO VOU DEIXAR!...

Temo...

O medo encontrou em mim uma nova morada
uma casa, abandonada,
sem força,
janelas pendentes
portas sem batentes
que rangem com o vento
gritando o seu lamento
sentindo solidão...
entradas cerradas
contas fechadas
já não há luz neste casarão!...

Sombrio se ergue
permance,
o soalho cede... apodrece
remoinhos de poeira
entram pelas frestas
que se abrem à luz solheira
em frinchas ténues
que revêem o brilho esquecido

a inesperada saída
deixou o espaço coberto de um pó
expectante, frustrante...
as janelas ficaram abertas,
esquecidas...
e por elas entra agora tudo.

batem com força
empurradas pelo vento
uma contra a outra
uma sobre a outra..
solta-se uma dobradiça
fica solta a portada,
eminência de queda
aluimento de terra
poças que se formam
da chuva que goteja
in.sis.ten.te.men.te....

a casa rende-se...
entrega-se à dor
pede que a inundem
com água, com sol,
com pó e vento cósmicos
tentanto com todo o Universo
sentir o preenchimento outrora
existente.
Deixa-se aberta a ocupações ilegais
na tentativa que a manutenção seja feita
e não impluda sobre si mesma...
Mas mantém-se fechada...
A porta principal foi,
antes da fuga,
cuidadosamente cerrada,
polida,
envernizada
oleada,
uma, duas, três, quatro voltas à chave...
blindagem completa,
trancas que sobem do chão ao tecto
fachada tratada com afecto
- Uma cara lavada...
num corpo deserto.

Quando voltares,
a fachada sorrirá!
e a porta oleada
será apenas travada
pelos escombros
caídos lá dentro,
onde não houve tratamento...

tarde será?

pé ante pé
procurarás entrar,
caminhar,
sentirás o chão ceder
debaixo dos pés
da mesma forma que cedeu
sobre os alicerces da casa
quando desleixadamente
fechaste a porta.
O sol que entra pelas frestas
abertas pelo tempo e pela dor
sugerem a beleza acabada
da tinta esbatida e empoeirada
nas paredes.
janelas sem cortinados
como gostavas de ter,
e que permitiam a transparência
-nunca
realmente existente
de ti-
fazem ver agora com mais clareza
a diferença abismal
entre o brilho e a sombra
entre a vida e a morte
entre a saúde e a doença..
a casa tosse... catarrenta
espirra... bolorenta
geme, dorida,
com poucos sinais de vida...
quererás entrar?
saberás cuidar?
“terás agora vontade
que nao tiveste quando
era esplendorosa,
para me habitares?”
Limpando o pó,
os pedaços de uso
deste e daquele que
tentaram lá viver
mas que cedo descobriram
a não condição
das condições...

abrindo a janelas
escancarando de novo os portões,
amornando a sombra fria,
que permaneceu imemorialmente,
com o sol vivo e sempre quente
e que secará a seu tempo
o cheiro bafiento das madeiras
molhadas pelo choro
de anos de chuva,
que impregnadas
e moles ainda assim resistiram?


Ou virarás mais uma vez
cobardemente, as costas...
e fecharás agora a porta, sem cuidado
quatro, três, duas, uma, nenhuma vez à chave
batendo, com força.
fazendo saltar o pó...
fugindo.
um último golpe
sem dó
tremendo...
ruindo...

O som dos escombros a cair...
ensurdecedor...
a onda de choque da implosão...
plena de vigor...

e tu afastando-te,
imune...
surdo, insensível...
olhos fechados...
certo de mais uma vez estares
a fazer o correcto.

caminhas... sem olhar para trás...
Coração escudeado, e pensamentos ilusórios
que te ditam a sentença a que te sujeitas.
E pensas: “Um dia... voltarei aqui!...”

Telepáticamante, no seu sufoco terminal
responde-te
“ESTOU NO CHÃO!...”

Será... tarde... demais...
?
21.06.2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Buscando-te...

Na busca incessante de te encontrar
perco-me em encontros furtuitos
onde o prazer se mistura com a avidez do teu beijo.

Sou o objecto nas mãos do corpo,
sedento de prazer, violentado pela perda...
Tento desenhar-te nos jogos momentâneos de sedução
onde sinto a semelhança de ti

entrego-me ao sabor... ao tacto...
mas revejo-nos apenas nas sensações memoriais
que perduram em mim como se continuasses cá dentro

beijos perdidos nas bocas voluptuosas de corpos esbeltos de mulheres
fazem–me também acreditar ser esse um caminho
para cessar esta procura
és presença constante em não presença
e isso faz-me perder o rumo de mim mesma
e tentar encontrá-lo
neste e naquele colo

a sensação prazeirosa e triste que alcanço
apenas me permite relembrar-te mais e mais,
quando recorro a ela na esperança de te suavizar na minha mente...

um loop constante de pensamentos...
que me transportam para as situações e locais
onde o nosso amor se cristalizou.
Vejo-te em todo o lado,
qual Deus omnisciente e todo poderoso
que controla a subtileza existente em mim

por isso, me liberto no denso, no físico...
mas ao fazê-lo aprisiono-me ainda mais...
porque te encontro em cada beijo
em cada ritmo
em cada toque...

fecho os olhos...
...
...e estou contigo novamente...
não é mais um corpo estranho que me leva....
sou guiada por ti - imaginando-te!...
Tornas-te presente, nos braços do outro...
Projecto a tua energia
num aglomerado de particulas estranhas a mim
dando sentido a essa forma que me ocupa
fazendo a realidade quântica
tornar-se na infima probabilidade
de sermos nós

e deixo que o sonho me leve,
com um nó no estômago
que insiste uma e outra vez
em devolver-me ao real...

torna-se dúbio o prazer...
torna-se inquestionável o sentimento.
E, dentro disto...
pondero a partida de um e outro mundo
na esperança vã de me libertar da dor
mas...
a viagem é de ida e volta
e inevitavelmente,
começa e acaba em ti!

e é lá que mesmo assim... regresso ao meu conforto.

17.07.2011

sábado, 16 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sorrir

Sorrindo,
sentimos o presente tornar-se
na verdade infinita guardada
em cada olhar.

corpos que se encontram ao virar de uma página
lábios que se beijam entremeados em versos
sorrisos abertos que se encontram dentro dos teus/meus olhos
Cheiros que se ouvem perfumados no teu corpo
e que gritam aromas dentro dos teus cálidos gemidos

Encontros perfeitos dentro da verdade
tornam-se mais e mais constantes
e mentiras imperfeitas desenquadradas da vida
aniquilam-se a si próprias pelo poder do amor

A verdade está ciente
da força inabalável
da alquimia entre nós.
não vale a pena esperar mais...
mas esperando, será com um sorriso radiante e a sabedoria terna de um mestre
que saberemos viver
no limbo do momento,
expectando no tempo
a demora
resolúvel no agora
e em preparação.

e será! (É)
e acontecerá! (acontece!)

Forte...
intenso...
livre!... e não denso...
um acontecimento propenso
a expandir-se e unir-se
naquilo que somos.

os corpos invadem-se
de sensações desejosas...
de beijos.. carícias...
de línguas suadas
e corpos molhados
de cheiros instintivos
provocados pelo desejo
e que invadem o invisível
que nos compõem
exacerbando mais ainda
a sensação divina da entrega.

Deixo-me ir...
Sinto-te vir...
ao meu encontro.
E o encontro é lá dentro,
no centro de nós dois
onde a fusão acontece
bem no auge da sensação.

gritando de prazer,
eu e tu,
num misto eclético
de emoções e truques descobertos
durante a viagem
sentimos o corpo desvanecer
e o adormecimento prazeiroso
dos sentidos faz-nos
sorrir assustados pela indefinição
violentamente mortífera
do renascimento que encontramos.

Os olhos fecham-se...
A paz alcança-nos...
O coração estremece...
as respirações ofegantes
entrecruzadas na pele
que é tua e minha,
e já não se distingue...
O corpo vibra, explode!
a vida toma conta de nós
num último grito! Ahhhh!

O abismo...
o vazio...
Uma pequena morte...

conforto...
paz...
flutuamos no infinito...

as emoções não mais se atropelam
mas tornam-se claras em nós
O sorriso abre-se
Os olhares cruzam-se...

Um beijo...
Terno, calmo, resolvido...

O renascimento no encontro
de si e do outro.

a clareza do que se é
e do que somos...

A cumplicidade alcançada
manifesta-se então
nas palavras sussuradas...:
“Eu amo-te!”

e a sensação inebriante
dessa droga verbal
invade e toma conta
ocupando todo o espaço
-como a vastidão de um mar.

sorrir,
torna-se assim
a única atitude poética
que espelha a verdade dos nossos corpos
...dentro do universo.


5.07.2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Presente





















Um presente
é algo
que nos permite saborear um instante,

O instante, O Presente...

Sem futuro, sem passado..

Aqui... Agora,

olhando para o que existe

como uma dádiva,
uma graça divina,
que serve no momento
o seu propósito.
Viver é estar na vida,
dentro dela, com ela.
É poder encontrá-la em cada suspiro,
em cada respiro, em cada gesto.
É poder ver
nos olhos dos outros

o reflexo do meu brilho,
que é o teu brilho,

e que encandeia o pensamento
e incendeia o coração.

É ter no momento...
a lucidez do agora,
e do outrora...
é ter o amanhã presente.
Tudo conjugado num único tempo,
adimensional, atemporal,
livre do verbo, livre do conceito,

presente na sua raíz
como forma de si próprio.

Sem pressas,
sem alcances,
sem enlaces,

apenas sendo
aquele precioso instante.

Viver
é ser capaz de decidir,

de ser, de estar,

de entender
que o agora é o mais importante

porque o futuro é feito de agoras
e o passado também....

Viver todos eles,

intensamente, conscientemente,
corajosamente, assumidamente,
é encontrar o paraíso!


Pois a beleza de SER Vida

jamais pode ser vivida,

se estivermos apenas atentos

aos pequenos momentos

que já foram ou serão,

sem ver que o que É realmente,

está, mesmo inconsciente,

a ser passado em vão!

29.06.2011

terça-feira, 28 de junho de 2011

desejo

Quero-te e não te tenho,

amo-te e não te beijo,
Desejo-te e não te sinto...

SOU EU!

A DEUSA MAIOR DO AMOR
Que se nutre da vã esperança
de um vislumbre de olhar teu.


Tenho guardado na alma um discurso
que será eternamente enamorado da presença do teu beijo.


No regaço do teu ser, reside a esperança
de as minhas pernas e braços se entrelaçarem em ti.

Sou cruel em mim por te ter e te não ter
Sou fiel em mim por querer e não poder

A escolha na encruzilhada
É feita de mais com nada
É feita de sonhos desfeitos
É feita de amores perfeitos...
Um passo numa direcção
Transforma a outra em não
Mas ficar sem caminhar...
Tirar-te-á o chão.

Desejo ardentemente essa escolha consciente
Onde o amor é transparente

Desejo que no fim do caminho
Não ficando sozinho
Seja o amor o meu ninho
Ficando lado a lado
Sem medo e sem cuidado
Eu, e o amor segurado

21.06.2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

Borboletas e corações
























06.2011
Reflexo
























E de repente na claridade,
o reflexo do invisível surge
das artérias pungentes da vida
criando a noção do abstractamente concreto
em cima de um manto de ilusão...
06.2011

sábado, 18 de junho de 2011

ECLIPSE








BOM DIA ÀS BORBOLETAS!
E À LUA QUE HOJE ESTARÁ CHEIA E OCULTA
E MOSTRARÁ QUE A SUA FORÇA ESCONDIDA É PRESENTE,
APESAR DO TEMPO E DO ESPAÇO,
FAZENDO SEMPRE SENTIR O SEU ABRAÇO!


15.06.2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

SOMOS UM (OU...PIRATA)

Sonho com o dia em que seremos só um...
Na perfeita fusão celestial
que só a arte divina e criativa do amor consegue.

Eu em Tu e Tu em Eu
capicua de sentimentos profundos
que nos arrebatam na fusão de um beijo
e no mergulho intenso de um olhar...

És vida em forma de amor...
sinto-te dentro, bem no centro...
de mim!!

06.06.2011

UMA NOVA VIDA

Tentando de uma e outra forma ser feliz
o caminho enche-se por vezes de pedras
que me encostam à parede
obrigando me a passar por vielas sinuosas
mas não menos gostosas que as avenidas principais

o amargo de boca sentido ao passar
é presenteado pelos aromas que brotam das janelas
e nos mostram a vida para além da vida
a vida para além da ida...
como se fossem molduras pictóricas
das mil e uma realidades existentes
pelas quais escolhemos apenas passar,
quais transeuntes passeando na urbe
e observando a sua movimentação

são realidades que não são as nossas
porque... porque simplesmente,
nenhum daqueles cheiros ou imagens
é suficientemente forte
para nos desviar do percurso em que seguimos

mas... um dia...
ao passar numa dessas vielas
depois de mais um amargo de boca
há uma janela que se abre
e de lá de dentro brotam cheiros
que nos recordam sabores
e cheiram a música de jasmim e pétalas de rosa

o som perfumado
invade cada célula do nosso ser.
o corpo estremece...
e, indiferentes às outras janelas
tornamo-nos também
indiferentes ao nosso percurso.

debruçamo-nos na janela, curiosos
quais crianças detectives,
e somos sugados por um vortéx de luz
que nos renova a energia
e nos remove as formatações

tudo muda num segundo!
e o mundo...
esse sai do casulo
e voa
nas suas novas asas de borboleta
vivendo, brilhando, encantando,
presenciando...

...uma nova vida

05.06.2011

No molhe (ou eclosão do amor)

Sentes o cheiro do mar

Quando mergulhas fundo
na doçura húmida da terra
Como se as flores fossem as ondas
que enfeitam os teus cabelos
E esvoaçam com a brisa
fazendo lembrar as curvas
sinuosas dos teus prados cintilantes

A manhã está coberta
pelo azul cinzento do céu
e o teu reflexo no oceano
aparenta a calma tumultuosa
de um amanhecer de inverno.

Somos dois, somos três, somos mil corpos
em chamas
que incendeiam o sol
com o intuito de trazer a ti
a manhã quente de verão
que se espelha no teu sorriso.

És a calma aparente de tudo
o que reside no Universo
O poder criativo que brota
em cada movimento
e que reside guardado
no fundo do teu coração.

29.05.2011
Respiro

As árvores...
E o vermelho luminoso das luzes dos carros
O verde dos semáforos ao lado do verde dos arbustos nos canteiros públicos.
O asfalto e a terra
abraçam-se sem preconceitos
como se de dois amantes se tratassem

A velocidade do dia a dia
convive lado a lado
com a letargia
dos pensamento em branco
que nos persegue ao pararmos
para ser.

Na cidade, a natureza resguarda-se
em cada esquina
e a arte, respira-se
por um poro apertado


.2010
Amor

Amar é ter fé
e descer do escadote
sem medo de cair
pé ante pé
noite após noite...

Sinto a beleza de estar vivo
quando o meu coração
se aquece
e na tua presença
estremece
e na tua ausência
entristece...

.2010

Agora

No tempo voo de arrasto
no silêncio, vivo em mim
na luz deixo o meu rasto
de um arco íris sem fim

sou estrela em céu cadente
com um desejo ardente
de viver eternamente
ao redor do teu perfume
sou um fogo incandescente
ora forte ora quente
ora brasa feita lume

Sou uma fada encantada
com sonhos feitos de nada...

voando pelas colmeias
citadinas e bem cheias
de mel de mil amores

QUERO polinizar o mundo
com um sentimento PROFUNDO!
Porque a mentira é fria e oca,
como a respiração boca a boca
a um morto moribundo

AMO CADA PEDAÇO DE CÉU
como se ele fosse meu!

porque debaixo do meu tecto
carências feitas de afecto
deixam-me ver no meu dia
que aquilo que hoje tenho
é aquilo que anseio
e que aqui está por MAGIA

14.02.2011

Quem Sou

Tenho as palavras guardadas
Lá no fundo
segredos, mistérios, verdades perdidas
usufruem de mim mesma
consomem, aquecem
mas nunca se esquecem
de permanecer embrionárias
dentro do que eu sou.

São dias e noites
de alento e ternura
de amor que perdura
guardado no tempo
É vento de brisa, de ouro e de pó
É som que desliza, sem escala e sem dó
É ter a vida brilhante, constante, vadia
É ser mulher, dona do seu dia
É ter o meu corpo e chamar-lhe... Luzia!

24.07.2010
























O dinheiro é algo descaracterizado, sem alma,
que vale por si só, mas nunca valerá
mais que isso.


.2004
... mas é difícil contentarmo-nos com uma gota
quando o que queremos é abraçar o oceano....

.2004

(...)











A chuva cai lá fora
e faz-me lembrar o sol que derrama
quando senti que estavas longe.

És a vela acesa no meu coração
e o teu pavio infinito
não deixa que o calor se afaste de mim.

Apesar do frio que me cerca
É a lembrança do teu corpo
Quente e aconchegante
Que me acompanha
E me instiga
E não me deixa desistir.

A lembrança dos teus lábios
o sentir das tuas mãos e
da aspereza da tua barba
ao acariciar o meu corpo
fazem com que nada faça sentido
Se o caminho é não te ter

Sinto que nada nos pode separar
porque a certeza de te amar é tão grande
como o tamanho das estrelas
que os teus olhos negros e anestesiantes
possuem na expressão.

És a razão pela qual ao Inverno se segue a Primavera
e pela qual a chuva volta ao ribeiro
E a razão pela qual o mundo continua a ser belo...
Porque em todo o lado
Para onde eu olho
Vejo a tua imagem
E sinto o teu calor
como se estivesses sempre
Dentro de mim...

.2004


Reduto












Sinto um último sopro de vida

a lutar por respirar
Mas o saco que me rodeia
Sufoca todo o meu ser

Tenho o sol a brilhar dentro de mim
e no entanto é a chuva
que me atormenta e me devora
como se o tempo não mudasse
e me deixasse a cada dia
mais seca e sem vida

O oceano separa-me do sol e da vida...
Mas dentro de mim
há um outro oceano
onde não há marés nem tempestades
onde o sol brilha sempre
e me deixa aninhada
no meu reduto de fogo e água
de louca paixão e serenidade

E as loucuras são passageiras...
e moem o sentimento...

Mas dentro de mim
o sol brilhará sempre
e terei sempre a lembrança
que tu és a diferença
e é em ti o meu reduto

.2004
Sangue

Ama! Odeia!
Venera! Detesta!
Morre! Corre!
Sofre! Sente!
SENTES?
Sentes a vida
a correr nas tuas
veias?
É sangue ou água
que aí tens?
É sangue ou água
que bebes?
E de que côr
são os teus?
OS TEUS PENSAMENTOS?
Água? ou Sangue?
Sentes?

.2004
Sol

Vi-te brilhar
à luz da sombra
como se o teu olhar
fosse a certeza

O cheiro do teu
sabor felino
faz-me ouvir
o bater da terra

Tudo explode
à minha volta
e me desfaz em calor
ao ser penetrado
por esse olhar
que convida e assassina
tal aranha sedutora

És o que me mata
e alimenta
e me renova a cada dia.

meu sol!

.2004