escrever é o meu teatro mudo

escrever é o meu teatro mudo
escrever é o meu teatro mudo | 24.08.2002

quinta-feira, 22 de abril de 2021

TERRA


 



Terra
Regaço
Sentimento que abraço
O sustento no seu passo
Alimento que represento
Cadeia em movimento
Ciclos que se fecham 
Interpenetram e almejam
Sabedoria, consciência
Humanidade em emergência
Seja a lua seu espelho
Seja meu filho futuro velho
Terra, mãe eterna
Brilho intenso - melhor luzerna
Sou teu filho, teu amante
Destruindo o fio por estar distante
daquilo que representas em mim
E da dor de observar o teu fim
Não posso! Não quero
Ser conivente com a morte.
Não posso não quero
Ser causa da tua sorte
Estou a mudar
A crescer
Adolescência sempre fez doer
Tu sabes Mãe, 
Mãe eterna
Só agora estou a sair da caverna
Olhando o céu azul e não o vendo
Tingido de desprezo e cinzento
Não consigo respirar!! 
Não consigo respirar!! 
Mas tudo vai mudar.
Ouves? Ouves o abrir do meu coração? 
O sinal de final e de revolução?
Já não aguento!
Já não quero saber!
Do insustento, não irei perecer!
Mãe! Terra! Respira!
Estou aqui para mostrar
Que ainda tudo brilha! 
Deixo o consumo de lado
Não preciso de ténis
De plastico reciclado
Nem de gadgets em rosa dourado
Preciso de origens, água, raízes, vertigens
Olhar o infinito e o eco do grito
Sou consciente em mim
Não consumo sem fim
E declaro-me parte deste ecossistema
Deixo hoje mesmo de ser um problema
Deixo o carro na garagem
Troco shopping por paisagem
Como Bio em vez de Mac
Legumes em vez de snacks
Comércio justo! 
Compro menos pago mais!
No fim das contas: 
Ficamos todos mais iguais
Pequenos passos
Grandes mudanças internas
Hoje sou homem! 
Deixei para trás a caverna.
Oh Mãe!
Mãe Eterna! 
Confia em mim! 
Deixei para trás a caverna. 
Sou Homem. 
Deixei para trás a caverna. 
Confia e mim! 
Deixei para trás a caverna. 

Luzia - Dia da Terra 2021

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