escrever é o meu teatro mudo

escrever é o meu teatro mudo
escrever é o meu teatro mudo | 24.08.2002

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Buscando-te...

Na busca incessante de te encontrar
perco-me em encontros furtuitos
onde o prazer se mistura com a avidez do teu beijo.

Sou o objecto nas mãos do corpo,
sedento de prazer, violentado pela perda...
Tento desenhar-te nos jogos momentâneos de sedução
onde sinto a semelhança de ti

entrego-me ao sabor... ao tacto...
mas revejo-nos apenas nas sensações memoriais
que perduram em mim como se continuasses cá dentro

beijos perdidos nas bocas voluptuosas de corpos esbeltos de mulheres
fazem–me também acreditar ser esse um caminho
para cessar esta procura
és presença constante em não presença
e isso faz-me perder o rumo de mim mesma
e tentar encontrá-lo
neste e naquele colo

a sensação prazeirosa e triste que alcanço
apenas me permite relembrar-te mais e mais,
quando recorro a ela na esperança de te suavizar na minha mente...

um loop constante de pensamentos...
que me transportam para as situações e locais
onde o nosso amor se cristalizou.
Vejo-te em todo o lado,
qual Deus omnisciente e todo poderoso
que controla a subtileza existente em mim

por isso, me liberto no denso, no físico...
mas ao fazê-lo aprisiono-me ainda mais...
porque te encontro em cada beijo
em cada ritmo
em cada toque...

fecho os olhos...
...
...e estou contigo novamente...
não é mais um corpo estranho que me leva....
sou guiada por ti - imaginando-te!...
Tornas-te presente, nos braços do outro...
Projecto a tua energia
num aglomerado de particulas estranhas a mim
dando sentido a essa forma que me ocupa
fazendo a realidade quântica
tornar-se na infima probabilidade
de sermos nós

e deixo que o sonho me leve,
com um nó no estômago
que insiste uma e outra vez
em devolver-me ao real...

torna-se dúbio o prazer...
torna-se inquestionável o sentimento.
E, dentro disto...
pondero a partida de um e outro mundo
na esperança vã de me libertar da dor
mas...
a viagem é de ida e volta
e inevitavelmente,
começa e acaba em ti!

e é lá que mesmo assim... regresso ao meu conforto.

17.07.2011

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