escrever é o meu teatro mudo

escrever é o meu teatro mudo
escrever é o meu teatro mudo | 24.08.2002

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sorrir

Sorrindo,
sentimos o presente tornar-se
na verdade infinita guardada
em cada olhar.

corpos que se encontram ao virar de uma página
lábios que se beijam entremeados em versos
sorrisos abertos que se encontram dentro dos teus/meus olhos
Cheiros que se ouvem perfumados no teu corpo
e que gritam aromas dentro dos teus cálidos gemidos

Encontros perfeitos dentro da verdade
tornam-se mais e mais constantes
e mentiras imperfeitas desenquadradas da vida
aniquilam-se a si próprias pelo poder do amor

A verdade está ciente
da força inabalável
da alquimia entre nós.
não vale a pena esperar mais...
mas esperando, será com um sorriso radiante e a sabedoria terna de um mestre
que saberemos viver
no limbo do momento,
expectando no tempo
a demora
resolúvel no agora
e em preparação.

e será! (É)
e acontecerá! (acontece!)

Forte...
intenso...
livre!... e não denso...
um acontecimento propenso
a expandir-se e unir-se
naquilo que somos.

os corpos invadem-se
de sensações desejosas...
de beijos.. carícias...
de línguas suadas
e corpos molhados
de cheiros instintivos
provocados pelo desejo
e que invadem o invisível
que nos compõem
exacerbando mais ainda
a sensação divina da entrega.

Deixo-me ir...
Sinto-te vir...
ao meu encontro.
E o encontro é lá dentro,
no centro de nós dois
onde a fusão acontece
bem no auge da sensação.

gritando de prazer,
eu e tu,
num misto eclético
de emoções e truques descobertos
durante a viagem
sentimos o corpo desvanecer
e o adormecimento prazeiroso
dos sentidos faz-nos
sorrir assustados pela indefinição
violentamente mortífera
do renascimento que encontramos.

Os olhos fecham-se...
A paz alcança-nos...
O coração estremece...
as respirações ofegantes
entrecruzadas na pele
que é tua e minha,
e já não se distingue...
O corpo vibra, explode!
a vida toma conta de nós
num último grito! Ahhhh!

O abismo...
o vazio...
Uma pequena morte...

conforto...
paz...
flutuamos no infinito...

as emoções não mais se atropelam
mas tornam-se claras em nós
O sorriso abre-se
Os olhares cruzam-se...

Um beijo...
Terno, calmo, resolvido...

O renascimento no encontro
de si e do outro.

a clareza do que se é
e do que somos...

A cumplicidade alcançada
manifesta-se então
nas palavras sussuradas...:
“Eu amo-te!”

e a sensação inebriante
dessa droga verbal
invade e toma conta
ocupando todo o espaço
-como a vastidão de um mar.

sorrir,
torna-se assim
a única atitude poética
que espelha a verdade dos nossos corpos
...dentro do universo.


5.07.2011

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