escrever é o meu teatro mudo

escrever é o meu teatro mudo
escrever é o meu teatro mudo | 24.08.2002

quinta-feira, 31 de março de 2016

Mulher magia


Tenho saudades do tempo em que eu era a anciã
em que as rugas escorriam as gotas suadas de chuva como ribeiros sinuosos
em que os cabelos alvos espelhavam o luar 
e transmitiam as linhas pensantes de conhecimentos distantes... 

Era um tempo que desejo, qual criança ansiosa
de sangue jovem irado e desenvoltura graciosa.
Mas nessa visão sincopada que rege o meu agora,
sinto-me à noite, sozinha,
a mulher velha de outrora. 

Corro o risco, corro o riso, e desvelo um olhar atento
de quem sabe, para além de si, analisar um sentimento. 

Salto as pedras, salto alto, e encontro-me na montanha
sábia, madura, presente, que se sente… e se entranha.

Quem me olha sabe ouvir, histórias de tempos sem data
quem me vê ousa inquirir sobre esta veste novata.

Sou de dois lados! 
Estou em mim plena! 
Abro meus braços, 
sinto a lua, 
meu ciclo que flutua, 
...meu coração se serena...

Dos ancestrais aqui presentes, e atenta aos meus medos 
plantas sibilam sussurros 
e me entregam aos céus seus enviados segredos

São versos de cura e de visões cristalinas 
Olhares de mãe, mulher madura
Sentires de irmãs, ainda meninas

Sou de dois lados:
este que visto, e aquele vivo!

Sou mulher que chora e dança à chuva 
para que as suas lágrimas se confundam com a tristeza de outono

Sou garota que corre ao vento de primavera 
confundido seus fios de saber com o ouro das searas  
 num completo abandono

Sou a velha que enrijece com a neve fria que abranda

Sou a deusa, que fogosa, aquece o chão por onde anda…

E desabrocha a cada dia, 
uma pétala, mais um ano
cresço cá dentro, sento-me em mim,
e me vejo de outro plano.

Tenho saudades dessa velha, sábia alma, 
de cabelo branco, grisalho
Sendo mulher presente - vivo atenta!  
esperando pela vindoura calma 
tal Mae-terra que sedenta
recebe a gota de orvalho.

Enquanto caminho nesse trilho, 
sinto-me a menina-neta 
olhos cheios de brilho
que parte à descoberta 

Sou de dois lados:
Sou a nova e sou a velha.

Enquanto isso sou eu,
que prostrada se ajoelha
possuindo a visão da lua
bem perto da sobrancelha
e gerando frutos férteis
se enraiza na terra 
deixando-a vermelha.



Luz Peixoto 
30.03.2016

domingo, 13 de dezembro de 2015

Em mim...


Outrora em fontes do real intenso
perdido nas aguas correntes da vida
encontrei meu ego amansado no vento
revi meu espelho em água bebida.

Sonhei rever-me do alto das estrelas
e viajar meus cabelos de alma inflingida
mas sob esses mundos etereos de elos
encontrei o vazio de matéria escorrida.

Vivi pesadelos perdidos, mas belos
Sonhei a virtude dos beijos sem ferida
E num abraço 
de sombra, sem vida,
Amei o futuro de alma perdida….

Por fim veio a morte, que renasce das provas
Perdi o suporte. Defini-me nas trovas.

Sonhei ser criança de novo sem pressa 
viver no vazio que noite amanheça
por fim renascer, de cinzas matizadas,
com as cores de outono no chão desfolhadas.

Sem medo viver, sem querer ser seguro
Perder a lembrança de estar no impuro
E com olhar de criança em cima de um muro
sentir no presente, olhar de futuro.

Luzia Peixoto 10.12.2015

domingo, 21 de setembro de 2014




Hoje, da janela da sala, 
vislumbro o poder da Mãe - Terra. 

Que chora e ri por entre tons dourados, 
se liberta em potência em raios trovejados 
e pintando de côr aromáticas aguarelas, 
embeleza com arte os caixilhos das janelas. 
E abrindo em minha alma um sorriso ténue 
meu corpo se expande de forma perene. 
A vida se toca por entre águas e vento 
e em meu corpo percebo Terra de chuva-alimento. 

A gratidão se inspira por entre as mudanças 
e ao cair das letras cai suavemente a noite... 
o silêncio toma conta sobressaltando cada rasgo de luz ribombante. 

Gaya se expressa hoje de forma suprema. 
A paz toma conta numa aparente tempestade serena...


Luz Peixoto 
21.09.2014

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Para o meu amado Filipinho Garcia 

:)

om shanti _/\_


Luz Peixoto
17.10.2013

quarta-feira, 25 de setembro de 2013




Become yoga


Wise as a child
like the wind on autumn crosses the deepest valeys
so thoughts crosses mind
Like rain on winter washes the stationary puddles
so movement balances body
Like flowers on spring fill the air with grace
so heart blossoms and laughs filling our spirit

Like Sun on summer warms the quiet earth
so smile shines with all subtle movements

and as a child... contemplation stays, steady
despite of the visible movement
because it has always inner peace

so become yoga, become you... 

just aware... 
that you are wise as a child

Luz
09.2013


quarta-feira, 5 de junho de 2013




Às vezes, olhamos os olhos do desconhecido...
e firmamente encontramos a sabedoria de nos rever-mos além.
Como um sussuro que acontece, quando o silêncio nos invade, e nos enaltece a presença.
Senta-te cá dentro,... de ti mesmo....
O teu olhar deita-se sobre as formas que ocupas...
A tua sombra, sobre os rios que vestes...
A tua lembrança, sobre os frutos que colhes...
A tua vida...
Abre-se à expontaneidade de ser quem és!
Apenas porque estás em TI!

04.05.13
Luz Peixoto



Às vezes, olhamos os olhos do desconhecido...
e firmamente encontramos a sabedoria de nos revermos além.
Como um sussuro que acontece, quando o silêncio nos invade, e nos enaltece a presença.
Senta-te cá dentro,... de ti mesmo....
O teu olhar deita-se sobre as formas que ocupas...
A tua sombra, sobre os rios que vestes...
A tua lembrança, sobre os frutos que colhes...
A tua vida...
Abre-se à expontaneidade de ser quem és!
Apenas porque estás em TI!

04.05.13
Luz Peixoto

quarta-feira, 29 de maio de 2013


Está na hora de nos apaixonarmos!


Deixar de lado os medos, as angústias,
o ego, o orgulho.
Deixar de lado o receio de enviar um carinho via sms, via pombo correio,
via amigos mais próximos!
Aprender a abrir o coração,
sem medo que lá dentro, ele se magoe.
Olhar de frente para aquele que nos faz tremer as pernas,
que nos faz humedecer o sexo,
que nos faz ficar acordado à noite às voltas na cama sem saber porquê e dizer-lhe:

"AMO TE!
...e a razão porque te amo...
está escondida para lá das profundezas do meu ser.
Para lá do que o meu saber me permite encontrar como explicação!
É algo que acontece!
e que me refresca todas a ideias e quebra
todos os meus preconceitos!"

Esta na hora de deixarmos de ser renitentes à entrada desta vibração!
Fartos de aprendizagem sobre como nos protegermos,
para nossa segurança, aprendemos a desligar-nos da espontaneidade de criança,
de amar o passarinho, de olhar o carreiro das formigas,
de ver o sol e a lua ao mesmo o tempo, os dois no céu... e acharmos isso magnífico!

Perdemos a espontaneidade,
perdemos os impulsos taquicárdicos do coração, 
tornamo-nos amargos... ou estouvados... 

E por perder esse sentimento puro, de paixão pela vida, por nós mesmos, 
olhamos no outro e cismamos em achar que nossa forma de amar... mudou...
que nós crescemos,
que ninguém nos satisfaz e mais vale andar de flirt em flirt sem compromisso.
Mas até no flirt deve haver compromisso! 
De sermos um só, fiel a si próprio, e   V E R D A D E I R O!

E quando olhamos para uma pessoa,
que mexe as nossas entranhas de maneira diferente... 
saber conscientemente olhar para isso e desfazer os véus e bloqueios,
crenças e premissas que até então achamos servirem como descrição do nosso ser,
 
E conseguir surpreender-se a cada instante!
Porque aí...
a lua e o sol estão presentes até de noite! 
O oceano murmura turbilhões de sons aquietados por um mar sereno! 
O cheiro a rosas, supera as entregas de mil flores endereçadas,
e o coração...
...esse pode sair-nos pela boca se assim o deixarmos
e correr feliz pelos prados imaginários
que conseguimos materializar na mais movimentada avenida.

Está MESMO na hora de nos apaixonarmos...
Porque todos sabemos que a paixão move o mundo...
e, fartos de estarmos à sombra, 
...só nos resta apanhar Sol!


SHIFTyourCONSCIENCE 
by Luz Peixoto

sábado, 25 de agosto de 2012





















Três tempos

o antes o depois e o agora
que sem demora se instala 
na verdade que existe como sendo apenas uma
e que do antes que foi já 
surge o agora que será

e cada momento
passo a passo
lentamente se desenreda
numa sucessão divina de Presentes
onde aquilo que sentimos se estende
e se apresenta infinito

na meta do desapego
viver sem ilusões é deixar de lado o ego
a expectativa gerada
é o saber que não se sabe... nada
e que, no entanto,
passo a passo,
naquele instante uma verdade reside
sou eu em ti ainda. Naquele instante.
E sendo-o, resido em ti.
Agarro me então a cada presente.
Perpetuando-o assim no tempo
para lá das infinitas probabilidades e expectativas criadas.
Somos UM!...
...no segredo de sermos cada um,
em nós,
constantemente,
no presente.

Amor infinito!

Luz Peixoto

25.08,2012


terça-feira, 17 de abril de 2012

Medit (ou Inaniel)

abre as portas da verdade
sente na tua incapacidade
do medo da saudade
A vontade!

Muda! Pede ajuda!
Àqueles que te guiam e seguem
que te escutam e te fazem ouvir

sente em cada pedaço do teu corpo espinhoso
frágil, ruidoso
um abraço aromático de pétalas brancas e amarelas
que transmutem a mente e a façam repousar nelas

recobre de ouro em forma de luz o teu coração
senta-te nele! pede perdão
vê o que te provoca essa angústia e sente gratidão!

processos sincrónicos de tons polifónicos
que, atónitos, nos mostram que aprendizagem não tem fim
e que à pergunta sobre o saber, nunca poderemos responder "sim"
porque a mudança é perpétua
em forma de flor que afina a comunicação
dia após dia
transformando em harmonia
a perene mudança a acontecer
no agora, a toda a hora
fazendo te crescer
e, na tua integridade
vendo-te.... SER

17.04.2012

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Sofro em silêncio.
Cansada.
Uma palavra igual a nada
um gesto
igual a todo o resto.
Não presto!
Corpo-espelho
que espelha a alma
aconselha a calma!...
Violência!
De encontrar resistência
à obediência
e, na ausência,
encontro escondido,
irado, sentido,
de mim, em mim,
de mim, para mim.
E os outros?
Nada são!
Tudo é feito em vão!
Não reconheço o coração
Amor sem compreensão
Amor, sem tesão
Ardor, sem paixão
Rubor, sem emoção
Amar pela ocasião
Só porque se está bem!... Não?!
Um corpo despido,
usado, vendido
Uma alma perfeita
aberta, desfeita.
Semear sem colheita
Choras?
Cura perfeita!

22.12.2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Livre Arbítrio

Não é por amor carnal que me faço mulher. Não é por encontros, desencontros e ilusões que choro e rio e vacilo. Não é por sentir esta coisa gostosa que consome ou por acreditar piamente que mereço ser expontâneamente feliz. Sinto cada vez mais a presença em mim própria; a independência de estados alterados de consciência provenientes das endorfinas produzidas de cada vez que sinto o teu sorriso. Quero amar o amor que sinto, de forma livre e despreconceituada.
Não tenho lugar em mim para ter lugar para alguém... Cada um que ocupe o seu lugar e siga o seu caminho como duas trepadeiras que se entrelaçam entre si porque assim o querem.
Estou em vertiginoso crescimento rumo ao além. Sinto a minha força feminina em movimento ascendente. Ciente de mim e do amor que possuo, e que não quero entregar. Quero ir doando, há medida que sinto. Há medida que vejo conseguir dar escoamento ao excesso de stock. Sim, quero continuar a dar umas trincas e uns carinhos. Quero sentir que alguém retribui essa doçura. Mas livre de apego para não criar doença. Livre de ciúme para não gerar desequilíbrio. Gerar a auto suficiência, para poder dar o melhor de mim e não esperar nada em troca, genuinamente, sem que isso cause amargo de boca.
Quero encontrar-me e nesse encontro encontrar alguém que aceite o respeito mútuo. Que viva a sua vida sem medos e me deixe viver a vida sem limitar. Respeito e tolerância não podem ser só palavras de slogan. Dá para aplicar à vida!
Serei feliz sozinha, acompanhada de alguém que acredite e se relacione comigo no livre arbítrio....

14.11.2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

se-quen-cial-m-e-n-t-e... as emoções passam por mim à velocidade das carruagens do TGV...
10.11.2011

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Gratidão


Agradeço ao Universo os percalços,
os socalcos que tive que escalar,
os caminhos turtuosos que tive que seguir.

Da certeza que a vida acontece porque sim
tive o alento para ver crescer em mim
a verdade daquilo que acredito,
e sinto,
como real

No presente,
as lagrimas que antes eram cinzentas
hoje guardam em si arco-íris coloridos;
e caem pelo meu rosto
enquanto a felicidade sobe
e invade o meu corpo
deixando em mim
a sensação de
divinamente,
no fluxo contínuo de acontecimentos cósmicos,
a razão irracional das coisas
levar à mudança inteligente
do fluxo contínuo,
não menos importante
mas, menos abrangente,
que é a nossa vida.

A gratidão invade-me, toma conta...
A felicidade invade-me, toma conta...
A sensação cresce
Está profunda, bem lá dentro
e profundamente à flor da pele!
Os meus poros regojizam-se
o meu sorriso enaltece-se
O meu corpo RES PI-RAA

aaaahhhh

... A LIBERDADE...
- Essa pérola preciosa guardada
nas profundezas
e inalcançada, por opção,
pelos mais incríveis
seres,
...humanos -
invade-me
e toma conta!

Sou grata!

Sou um espelho!
da magia presente
no fluxo corrente
da matéria etérea
que nos dá forma

Sou grata!
A ti Universo
por unires o teu verso
na fluidez da minha vida!
E essa gratidão permanecerá
constante,
num tempo inexistente
que se prolonga pelo infinito
e que me guiará pelas estrelas
nas mais diversas facetas
que a minha matéria divina encontrar
para estar e co-criar

Luzia Peixoto
29.06.2011

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

TU!

Ás vezes... quando penso em ti, imagino um sofá quente, confortável e branco, onde me posso deitar e passar momentos bem aconchegantes e divertidos da minha vida.
Podia ser vermelho da cor da paixão, amarelo da cor do desespero ou verde da cor da esperança... mas é branco! luz! e nele comporta todas as cores do espectro visível na proporção exata!
Sento me nele e as viagens são infindáveis! e a paz acaba por tomar sempre conta de mim!

Das-me colo de vez em quando? não quero estar aí sempre sentada porque esse sofá é também um cavalo alado que de vez em quando precisa voar e visitar todas as estrelas... mas volta e meia... gostava também de voar nas tuas asas e conhecer o teu mundo...

gosto de ti como és! *

23.09.2011

sábado, 5 de novembro de 2011

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

rebentação

Ontem acendi o peso do ouro
que teimava em escurecer
sempre que um bafo de Oxigénio
se lembrava de instalar.

Tentativas vãs de ignorar a tempestade,
fizeram com que ondas de prazer
se transformassem, num eclipse,
em marés de solidão.

Havia o Sol
e a Lua
ambos presentes
no mesmo enquadramento de céu.
E nele ainda, o mar e a areia
e os passadiços de madeira
que nos levam e nos trazem
e nos devolvem uma e outra vez
ao pensamento ilusório do real.

O cheiro a maresia
encontra nas glândulas olfactivas
o sabor salgado viciante
dos encontros persistentes, intermitentes
incoerentes e contundentes
da força de atração dos elementos:
Água e Terra - mar e Areia
emaranham-se e libertam-se
momento após momento
na perfeita indecisão do agora
Avançando e recuando
soltando e recolhendo
na presença efémera da forma
que é e muda, e é e muda
e é e muda, a cada encontro.
Revejo na fusão acidentada destes dois,
a complexidade da vida;
a inconstância constante da forma disforme
que, em constante mutação
acaba por encontrar o seu lugar
na dissolução de si própria.
Avançando e recuando, redigindo e corrigindo
frase após frase, parágrafo após parágrafo
capítulo após capítulo...
Escrevem se volumes de indecisões,
fecham-se livros com lacre e outros são deixados em aberto.
A caneta imaginária que os escreve não perde a tinta!
Perde o rumo algumas vezes...
e sarrabisca
e escreve linhas tortas, e perfeitas
e funde se na matéria papel que a agarra... por vezes...
outras vezes, as palavras-acções optam por não aderir,
não deixam rasto...
mas deixam o espaço em vazio.
A vida vive-se na rebentação da caneta
e a espuma que liberta é o fogo de artifício, as faíscas,
que não queimam! mas enchem cada pedaço de areia
com matéria impermeável à vista
mas infiltrável ao toque.
Por isso, o ouro se deixa oxidar....
E a vida... se deixa... (renascer?)

13.10.2011

LAMY

LAMY! L’amie!!
...O Amigo!
Que reside no centro do meu umbigo! Dentro do meu coração!
Desencontros e encontros que nos levam à meditação!
Temos a vida inteira! Aquela que não se esgueira!
Que não envelhece! permanece!
Para lá do tempo e do espaço conto sempre com o teu abraço!
Cavalgando nas estrelas fazendo sóis de todas elas!
Somos nós unidos! - de mãos dadas!
por caminhos percorridos e estreias encontradas!
Vamos até ao fim do mundo com um sorriso profundo de amor e gratidão.
Onde estás também vou e onde vais já lá estou.
Somos um! Amigo incomum que encontrei nesta vida mas que já estava e estará!
O nosso abraço profundo nunca nos abandonará!
Tenho-te aqui comigo! E estou aí no teu regaço!
Abraço! E Outro abraço!
Nunca encontrarei em ti cansaço!
És estrela ascendente! E eu sou Um teu presente! Sorridente!
Resido contigo na mesma partícula de matéria.
Somos UM meu grande ENORME amigo!!! Fico contigo! Pra eternidade!!
Abraço abraço! E amor de verdade!! ****

20.10.2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mergulho nos teus olhos espelho dos meus e sorrio bem lá para dentro. Encontro lá uma lagoa rica e luminosa de tons terra e verde água, onde o meu coração se reconhece. És da minha natureza e lá me insiro como peixe dentro dela. Chapino nos raios da tua iris e deixo-me atrair pelo buraco negro dessa pupila sem fundo, que me suga num vórtice desenfreado de energia e me faz sentir um turbilhão de coisas que se manifestam no absoluto. Ao ver-te, revejo-me. Ao mergulhar o meu sorriso dentro de ti encontro nas profundezas o teu sorriso - Quente e disfarçado., típico do pirata que veleja nesses olhos...
Encontro-te; e plena de traquinices dispo-te os trajes piratas.... espada, lenço, pala... agora vês já com os dois olhos e por baixo desse Tu existe um outro mais profundo, mais reservado, que se mostra a mim com uma clareza que não quer ter enquanto tenta vestir novamente a sua bandeira de saqueador de corações.
É escusado. Em mim, essa lagoa é transparente... e dá-me tempo para sentir nela o rei que me faz sentir rainha. E o principe, que com o seu cavalo faz de mim princesa no seu castelo andante.
É simples amar-te! Porque és real! Não há mentira! E, consequência disso - falha a ilusão! Tudo é universo em acção.
És tu e eu, mergulhados um no outro, pelo portal mágico do olhar!

23.09.2011

domingo, 11 de setembro de 2011




12.11.2011

Às vezes, quando anoitece, as sombras escuras afagam-me os cabelos. Sinto o carinho dos seus gestos como se a sua mão fosse permanentemente minha e eu pudesse sem medo encontrar-me no seu corpo. A solidão do desencontro encontra fuga nos gemidos da noite, na verdade oculta em mim... Prazeirosamente passeio, pavoneada, crescente. Encontro balanço na atracção-repulsão das partículas moleculares da socialização. Um sorriso- engana o mundo nas suas mil formas! Tranquilamente, vagueando, elogia o corpo com a direcção do vale-tudo: à noite, tudo é possível, se o objectivo é ser contente. Alucinadamente, ingerindo a química perfeita no momento para a matéria cerebral, ocorre a mudança. Somos já filmes diferentes que se reunem e unem para celebrar; ao contrario dos desunidos filmes diurnos onde vale-tudo para ser gente.

A solidão e as sombras afagam me os cabelos. A repulsão atrai-me o silêncio. E, silenciada, inícío a fala que sabe a inferno e cheira a paraíso.

Encontrar-me-ei na solidão... e isso é tudo o que basta!

11.11.2011

sábado, 10 de setembro de 2011


Tento ver a vida da melhor maneira... sem óculos de sol pra nao receber a informação filtrada.... gosto de levar com a luz real e depois usufruir das sombras e dos jogos de cor sem medo da cegueira de enfrentar directamente a ofuscação... ofuscando-me, perco o tino, mas deplecção da visão faz exacerbar os outros sentidos. Após a zonzeira inicial, percebemos que outras ferramentas são possíveis e uma mão a servir de pala permite visualizar que em todo esse brilho do real, podemos ainda diferenciar as cores predilectas do arco-iris. Sendo assim, fica a dança. O movimento melódico dos corpos que se abraçam e dos ventos que se cruzam. As poeiras cósmicas dos átomos que são meus e teus, num bailado de entrega onde nos damos a conhecer e sentimos a viagem da ausência insensata de pensamentos lúcidos. Vive-se assim. despreocupadamente na verdade intensa. Fazendo doer e crescer, sentir e querer cair ainda de mais alto! e mesmo sabendo as consequências da queda, o voo sabe tão bem!! E por isso, continuo a voar, na direcção da cegueira. E sei que vejo, para além disso....

10.09.2011


sábado, 3 de setembro de 2011

manhã portuense

era noite

e nos escombros do dia
a cidade vivia
isolada.
Sentada
na ausencia dos sentidos
povoada por ecos dos sons repetidos.
Estridentes e ausentes
flamejantes, contundentes,
buzinando no maralhal de gente
encontrada assim de repente
sem rumo aparente,
mas ordeiramente
seguindo a mecânica
já estipulada
do agir inconsequente.

. sigo para casa
no fluxo impessoal e intransmissível
de emoções presentes.
levo comigo toda a cidade;
segue a meu lado, sem saber
está maquinalmente encostada a mim
segue no metro, no passeio
nas quelhas e vielas
por onde passo, com meu cansaço
nos passos ritmados
de todos os viventes
que, sobre vivência
apenas se identificam
como sobreviventes....

Ritmicamente, entra-se e sai-se
dos carros, dos transportes,
das lojas,
da porta da porta da porta que abre a porta
e que se fecha no nosso pequeno mundo
invísível à cidade
e visível a nós próprios.
Descalços em casa sentimos.
Na planta dos pés,
no cansaço das palpebras que teimam em fechar
um copo de vinho e um charrinho
fazem-nos relaxar...

é tarde mas a frenética das coisas
tira-nos a vontade de dormir...
apetece dançar, sair.
Mais um bafo de esquecimento
e estamos prontos para encarar a cidade
que sem dormir vive agora festiva.

Chove. Mas a inércia de há pouco
desapareceu por inteiro
e mesmo sem dinheiro
com espirito aventureiro
prioriza-se o relaxar.
Vamos dançar!

O dia acaba quando a noite começa.

As pessoas já se cruzam
conversam, encontram-se.
Nos mesmos sitios
onde passaram há pouco irreconhecídas
mudas, estremecidas.
Tudo mudou.
No mesmo sítio da mesma cidade,
com as mesmas pessoas que já são outras
pois estas foram a casa buscar a alma!

Loucura, aventura, perdição
fazem da noite férias de verão
para onde quer que vocês vão-
tropegos e cambaleantes
depois de mais mil bafos de esquecimento
está na hora do regresso.
A casa parece agora o melhor ingresso.

Amanhece... o cheiro a pão quente
ainda nos desvia do descanso.
saciados

vemos o chão molhado como um convite ao leito
a chave no bolso, o cansaço nos olhos
o sorriso embriagado nos lábios
. A manhã parece de luz.
Os prédios e as casas
e o reflexo da chuva dentro da lua.
Deparamo-nos com a estonteante beleza de uma cidade
que desperta, sem sequer ter adormecido.

Caímos redondos. Pés de fora, roupa fumada, na cama lavada
no pása nada!
Num milésimo infinitamente pequeno de costume
é já hora de acordar
Ponho me a andar
e a manhã que tinha acabadode chegar

começa novamente a pesar
sigo para a vida, sobrevivida.
Já não vou sorrir ou falar

porque é hora de trabalhar
e o ciclo repetese e repete-se e repete-se...

sem cessar....


2.09.2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011



escrevo poesia quando tento desvendar as emoções escondidas nos véus do pensamento, que a prosa percepciona mas não comunica, que as frases soltas aparentam, mas não fazem sentir...

30.08.2011

Medo

Estou entalada!

a espada, a parede..
o trapézio, sem rede...

Confusas, mentes indecentes,
descontentes...
Querendo o não querer
Não sentindo o sentir.
Olhando na tenebrosa escuridão
sem ver sequer uma ilusão.
Expectante... adormeço,
nos sentidos que a vida
deu a si mesma.
O medo, interessa,
para a dose certa de tudo.
...para a dose séria...

Sinto um nó!
na parte de dentro de mim,
que exterioriza
em poucos sonidos
a verdade adjacente à loucura...
E essa, constantemente
se apresenta constante
e faz-me cair vezes sem conta
no desígnio da incerteza.

Sinto um calafrio!
É mais uma vez
a morte anunciada do nada!
Que teima em bater à porta da razão
e, sem razão condiciona o próximo passo.
Perco tempo, perco o espaço.
Livre sem liberdade, surge o embaraço.
E sem notar, deixo fugir o teu abraço.

31.08.2001

quinta-feira, 25 de agosto de 2011


Outro início
cheguei ao fim. Cansei de esperar.
de estar sentada e chorar.
um apego grande e uma teimosia absurda
obrigava-me a continuar
mas o vento, trouxe-me uma lufada de ar!
não a quis olhar! ou aceitar!
mas chegou... e veio para ficar.
tentei negar...
mas chegou... e veio para ficar...
senti me dual, que nada seria igual...
era só um encontro casual!
mas chegou forte... e instalou se como tal...
a dor, que ja era normal,
transformou se no embaraço
de não aceitar novo regaço.
no medo, de desvendar novo enredo.
e a confusão pontual fez encontrar como tal,
a solução para a dor, que é vista noutro amor.
sinto temor! tenho calor, rubor, ardor!
sinto receio! de partir o coração outra vez a meio!
fecho-me em copas e abro me em espadas
tento fugir de novos contos de fadas...
são armadilhas preparadas...

ainda vacilo, por aquilo?...
conseguirei enfrentar ou vacilarei sem volta a dar?
medo de falhar... medo de amar...
novamente, outra gente! diferente, presente...
não consigo evitar! encontros acontecem sem cessar!
não há vontade de parar!
parece não haver volta a dar...
o medo assombra, a dor atenua
a paixão desabrocha... semi nua...
nao pode haver dor!... novamente...
e o temor torna se imponente.
mas o coração é persistente
e certo de si frequentemente,
mina o espaço intersilábico
de ligação com a mente...
e, de repente...
quem estava ausente
cresce perene e persistente
e cai o outro doente!
morto!
sem sobrevivente..
o coração impulsiona-se
alimenta-se, apaixona-se
a cabeça não pára de pensar,
está prestes a aceitar,
não há volta a dar....
não se pode menosprezar
a sensação prazeirosa
com sabor e cheiro a rosa
deste amor de novo vício...
e de repente...
cheguei ao fim,
e estou no início!

26.08.2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Gare nocturna


Danço na noite
Trabalhando apenas
O ventre que alimenta
dois seres
e que ilumina o sentido de ser
Tenho a visualização de um beijo
Bem presente no que eu desejo
Que culmina no sentido
irreal e ilusório
Do tempo semeado
para que não haja colheita.
Doce maleita...
A fuga Perfeita...
Para a união do ser
Que fazer??
Tudo é vago numa ilusão.
O real, é pecado original
acontecendo
intemporal
Onde o tédio se desmorona
e a verdade constante
torna tudo interessante.

Sendo TU,
Que mais há a ser??

30.07.2011
TU!

És Deus! – Tens poder infinito (sobre mim)
Um sorriso desconcertante..

És Ouro! – Tens prata no olhar
e coração de diamante

És desejo! – sobre a forma de meu corpo
sinto nele, encontro-me

És homem! – que me guia, me deseja
me acarinha e me encontra

És verdade! – dentro de mim!
do coração,
da palma da mão...
da cabeça controlada
e da alma emancipada
que vive dentro de mim...
És assim...


30.07.2011