escrever é o meu teatro mudo

escrever é o meu teatro mudo
escrever é o meu teatro mudo | 24.08.2002

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dias cinzentos em noites azuis

























Sentes a força da cor na tua mão apagada
e pensas que o som sentiu o mesmo que tu.

Tiveste sorte, porque o sol te escolheu e
te ilibou das nossas culpas.
Sentes-te só?
E como se sente a gota de orvalho que se formou no deserto?

Ser não é só ser só porque o és
Ter não é só ter só porque o tens
Ser é ter aquilo que és
Ter é ser aquilo que tens

Fosse aquilo que sentiste quando o som passou por ti
que te fizesse chegar esta noite azul a casa
com os olhos molhados, disfarçados pela chuva
do dia cinzento que passaste

E ao abrires a porta a imensidão do vazio
apodera-se das entranhas do teu ser
e revolta-te os pensamentos a preto e branco
que construíste.
Sentes-te só?
E como se sente a lua quando as estrelas não aparecem?

.2003

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