escrever é o meu teatro mudo

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escrever é o meu teatro mudo | 24.08.2002

quarta-feira, 8 de junho de 2011

UMA NOVA VIDA

Tentando de uma e outra forma ser feliz
o caminho enche-se por vezes de pedras
que me encostam à parede
obrigando me a passar por vielas sinuosas
mas não menos gostosas que as avenidas principais

o amargo de boca sentido ao passar
é presenteado pelos aromas que brotam das janelas
e nos mostram a vida para além da vida
a vida para além da ida...
como se fossem molduras pictóricas
das mil e uma realidades existentes
pelas quais escolhemos apenas passar,
quais transeuntes passeando na urbe
e observando a sua movimentação

são realidades que não são as nossas
porque... porque simplesmente,
nenhum daqueles cheiros ou imagens
é suficientemente forte
para nos desviar do percurso em que seguimos

mas... um dia...
ao passar numa dessas vielas
depois de mais um amargo de boca
há uma janela que se abre
e de lá de dentro brotam cheiros
que nos recordam sabores
e cheiram a música de jasmim e pétalas de rosa

o som perfumado
invade cada célula do nosso ser.
o corpo estremece...
e, indiferentes às outras janelas
tornamo-nos também
indiferentes ao nosso percurso.

debruçamo-nos na janela, curiosos
quais crianças detectives,
e somos sugados por um vortéx de luz
que nos renova a energia
e nos remove as formatações

tudo muda num segundo!
e o mundo...
esse sai do casulo
e voa
nas suas novas asas de borboleta
vivendo, brilhando, encantando,
presenciando...

...uma nova vida

05.06.2011

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